sexta-feira, 2 de janeiro de 2015


DEFINIÇÃO FILOSÓFICA DA PESSOA HUMANA


A leitura de MONDIM aprofunda-se mais numa relação de maior intensidade entre os fatos levantados pelo o autor, tais como os fatores relativos à cultura, liberdade, ao espírito, a relação imagem de Deus, e o valores absolutos.
Para o autor de Definição Filosófica da Pessoa Humana pode-se entender com uma série de condições leva-nos a entender o homem em sua plenitude com uma analise critica do homem como ser cultural onde ele através desse processo interage com o mundo em que vive.
[...] Grande parte do que nós possuímos e que fazemos desde criança não é fruto da naturcía, mas sim da cultura. Essa é a característica mais destacável, aquela que mais distingue o homem dos animais e das plantas (MONDIM). É pelo processo cultural que o homem se aproxima uns dos outros, que muda essencialmente o mundo que o cerca, ora transformando em um mundo melhor, ora transformando em um mundo pior, mais sempre com a intenção de muda-lo para uma sociedade mais feliz. Ainda colocando o pensamento do autor “sem cultura não é possível existir nem a pessoa individualmente, nem o grupo social”.
Através da relação do homem em busca da Liberdade sabemos que o homem nasce livre e através da condição deste com a sociedade vai se comprometendo com o mundo e obrigatoriamente se afastando da condição de liberdade sendo determinado pelo aspectos da sociedade em que vive o que fica é a liberdade do intelecto, do conhecimento e da vontade.
[...] “Na liberdade confluem as melhores energias do homem, que são o conhecimento e a vontade. O ato livre não é um ato cego, instintivo, mas é um ato de vontade iluminada pela razão. “Como disse São Tomás: o ato livre requer duas condições; o consilium ou o judicium que cabe ao intelecto e a electio, escolha, que pertence a verdade”.(MONDIN).
Outra condição explorada refere-se a condição do espírito, esta condição é a que difere o homem dos demais animas e do reino vegetal esta é a condição que faz do homem aquele que tem a capacidade de interferir e mudar o que esta a sua volta nesse aspecto.
[...] Da espiritualidade do ser profundo do homem a que costumamos dar o nome de anima, existem muitos indícios: a autoconsciência, a reflexão, contemplação, o colóquio, a adoração, a auto transcendência etc.. (MONDIN) para o autor o espírito só espírito se é livre.

Radhacrishnan, máximo filósofo indiano do século XX, escreveu:
O verdadeiro humanismo nos ensina que existe no homem alguma coisa de maior do que aquilo que aparece à sua consciência ordinária, algo que gera ideias e pensamentos, uma presença espiritual mais sutil, que o torna insatisfeito de suas conquistas puramente terrenas (apud MONDIN).
A imagem de Deus “ O Homem é teomorfo” esses ensinamentos partem dos Padres da Igreja Escolástica seguindo as ideia de Platão e levada para Igreja Cristã através de Boaventura e São Tomás, onde trás que o homem é a imagem e semelhança de Deus definindo o homem é um projeto uma obra acabada, sendo a maior obra de arte onde não encontra semelhança nos animais, nas plantas e nem mesmo nos astros.
[...]” O modelo, sobre o qual o homem deve decalcar o desenho da sua própria personalidade, não pode encontrá-lo nas criaturas inferiores: nem nas plantas, nem nos animais, nem nos astros. Nem mesmo no melhor dos outros homens, porque por mais que possa ser bom, inteligente, sábio, forte, santo, os homens são sempre dotados de uma humanidade imperfeita. De resto, a humanidade primitiva não pode avaliar-se pela exemplaridade de nenhum outro ser humano. O único modelo adequado à inspiração de infinitude do homem, encontra-se inscrito na própria espiritualidade”.
Valores absolutos, o homem a partir deste prisma é visto através da sua dignidade de seu caráter, ou seja, de seus valores esta condições que nos coloca o autor sobre o ser humano inserido no conceito de valores absolutos.
[...] A interpretação teocêntrica e teomórfica da realidade humana é a única capaz de explicar e fundar o valor absoluto da pessoa. Porque, com efeito, não se compreende, nem se sustenta, o valor absoluto da pessoa humana até que não se alcance a sua fonte, o Absoluto Valor. Ele é o valor que valoriza e que consagra definitivamente, para a eternidade, o absoluto valor homem. De outro lado, afirmar que o homem é um valor absoluto e reconhecer nele valores absolutos (verdade, bondade, justiça, sabedoria, amor etc.) como ideais que se realizam, sem admitir o Valor primeiro subsistente, é um admitir, contraditoriamente, o divino sem Deus. (MONDIN).

[...] Infelizmente o homem, em nome da liberdade, submeteu-se à necessidade e ao consumo desenfreado. Essa autolimitação deformou seu humanismo, que o elevava por cima das coisas.

Através dos conceitos analisados relativos à cultura, liberdade, ao espírito, a relação imagem de Deus, e o valores absolutos onde colocamos (verdade, bondade, justiça, sabedoria, amor). O ser humano só pode ser considerado um ser humano verdadeiro, quando permite que essas condições de valores façam parte do se cotidiano, principalmente no que diz respeito ao amor ao próximo e se colocar sempre no lugar do outro quando da tomada de uma decisão.
Porém muito nos entristece quando vemos o homem dominado pelas mazelas do mundo contemporâneo onde só o consumismo interessa, não tendo olhos para as belezas dos conceitos aqui colocados.

BIBLIOGRAFIAS:

MONDIN, Battista, Definição Filosófica da Pessoa Humana , 


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