sexta-feira, 2 de janeiro de 2015


LÓGICA E CONHECIMENTO


O matemático, Bertrand Russell (1872-1970) foi autor de uma das obras mais intrincadas do século XX Durante a maior parte da vida, ele escreveu e publicou um grande número de livros de divulgação científica entre eles um guia da Teoria da Relatividade, do físico Albert Einstein, e uma história da Filosofia ocidental. Além disso, tornou-se um conhecido através do pensamento lógico aplicado a educação.
Russel defendia o valor do conhecimento por si mesmo tendo com base a ideia de que ele se faz se presente na constituição do individuo e isso faz com que modifique a relação com o mundo
Em Ensaio em Lógica e Conhecimento Russell diz; [...] “Entendo por "expressão denotativa" qualquer uma das seguintes expressões: um homem, algum homem, qualquer homem, cada homem, todos os homens, o atual rei da Inglaterra, o atual rei da França, o centro de massa do sistema solar no primeiro instante do século XX, a revolução da Terra ao redor do Sol, a revolução do Sol ao redor da Terra. Por conseguinte, uma expressão é denotativa unicamente devido a sua forma” (REALE, ANTISSERI, 2005).

A lógica Aristotélica não era plenamente formal, apresentava indiferença aos conteúdos e preposições e à operações intelectuais do conhecimento. Na lógica Contemporânea procura tornar-se puramente simbolismo do tipo matemático

[...] “Assim, como o matemático lida com objetos que foram construídos pelas próprias operações matemáticas, de acordo com princípios e regras prefixados e aceitos por todos, assim também o lógico elabora os símbolos e as operações que constituem o objeto lógico por excelência, a proposição. O lógico indaga que forma deve possuir uma proposição para que:
a) seja-lhe atribuída o valor de verdade ou falsidade;
b) represente a forma do pensamento; e
c) represente a relação entre pensamento, linguagem e realidade” (CHAUI, 2000).
Russel define três casos para expressão denotativa:

1) Uma expressão pode ser denotativa e, todavia, não denotar nada; por exemplo, “o atual rei da França”.
2) Uma expressão pode denotar um objeto definido; por exemplo, “o atual rei da Inglaterra” denota um certo homem.
3) Uma expressão pode denotar de maneira ambígua; por exemplo, “um homem” não denota muitos homens, mas um homem ambíguo. A interpretação de tais expressões é um assunto de considerável dificuldade; com efeito, é muito difícil construir qualquer teoria não suscetível de refutação formal. Todas as dificuldades de que tenho conhecimento.
Podemos encontra as referencias aos conceitos donativos quando Russel define que:

[...] Os, conceitos denotativos também pretendem explicar o funcionamento dos quantificadores. Assim, um outro uso da detonação estaria, por exemplo, na preposição “encontrei um homem”, que não fala sobre o conceito "um homem", mas sobre um indivíduo particular que realmente encontrei, como um objeto que é denotado sem ambiguidade por esse conceito e não é constituinte da proposição. Os conceitos denotativos são, pois, os constituintes de proposições que falam sobre objetos que, por alguma razão, não são ou não podem ser seus constituintes. Essas proposições falam indiretamente sobre esses objetos denotados, pois falam deles por intermédio de conceitos denotativos, que são seus constituintes. Esses objetos podem abranger o singular e o plural, e mesmo ser ambiguamente denotados. Russell vai admitir que o objeto denotado por "algum homem" pode revelar-se paradoxal, em cuja determinação está envolvida toda a raça humana, que existiu, existe e existirá. (RUSSELL, Pesadores, 1ª Ed.).

[...] Suponhamos agora, que queiramos interpretar a proposição “eu encontrei um homem”. Se isto for verdade, encontrei algum homem definido; mas se isto não é o que afirmo. O que afirmo é, de acordo com a teoria que defendo:
“’Eu encontrei x, e x é humano’ não é sempre falsa”.
Geralmente, definindo a classe dos homens como classe de objetos que tem o predicado humano, dizemos que:
“C(um homem)” significa “’C(x) e x é humano’ nem sempre é falsa”. Isto deixa “um homem”, por si própria, completamente destituída de significado, mas atribui um significado a cada proposição em cuja expressão verbal “um homem” ocorra. (RUSSELL, Pensadores, 1ª Ed.)
Russell liberta-se do idealismo, diz o filosofo que leu Kant e Hegel bem como leu a lógica de Bradley, o qual foi fortemente influenciado. Durante alguns anos foi discípulo de Bradley, porém, mudou seus pontos de vista devido as argumentações de Moore. Bradley sustentava que qualquer coisa que o senso comum crê é mera aparência. Russell e Moore passam para o extremo oposto , passam a pensar que é real qualquer coisa que o senso comum, não influenciado pela religião e filosofia supõe que seja real.
[...] Com a sensação de escapar de uma prisão, nos permitimos que o sol e as estrelas existiriam ainda que ninguém tivesse consciência de sua existência. [...] E foi assim que o mundo que até então fora sutil e lógico, de repente tornou se rico, variado e sólido. (REALE, ANTISSERI, pag. 296)

BIBLIOGRAFIAS:


CHAUI, Marilena, Convite a Filosofia, Ed. Ática, SP, 2000.

REALE, G, ANTISSERI, D, História da Filosofia V5, Ed. Paulus, SP, 2005

Corrêa Moreira, Mestre Lógica e Metafísica UFRJ





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