MEDITAÇÕES
DE DESCARTES
Na obra de Descartes o pensador busca através
de suas Meditações a o entendimento da existência de Deus.
Meditações metafísicas, ou Meditações
sobre a filosofia primeira, são demonstradas a existência de Deus e
a distinção entre mente e corpo
Descartes escreve Meditações, nesse período
vivia na Holanda uma terra considerada de tolerância e liberdade.
Era filho de um conselheiro do Parlamento Britânico, e apesar de
conhecer as atividades do pai, em Meditações
da Primeira a Sexta observa-se um desenvolvimento de duvidas, nesta
obra Descartes
afirma que tudo que tem ou passou pelos sentidos lhe é inato. Então,
duvidar de tudo que tem e tudo que um homem pode ter é duvidar dos
sentidos e da razão (a imaginação estaria subordinada aos
sentidos). O que veio pelos sentidos, teria sua primeira morada no
exterior à sua alma, o que não veio pelos sentidos e, no entanto,
está em sua alma, teria vindo junto com ele ao mundo – seria um
conjunto de crenças inatas.
“Descartes inicia sua obra questionando tudo
o que lhe fora ensinado pelos professores, pelos livros, pelas
viagens, pelo convívio com outras pessoas, e conclui que tudo que
teve a oportunidade de aprender tudo que conhecia era duvidoso e
incerto”
[...] “Decide, então, não
aceitar nenhum desses conhecimentos, a menos que pudesse provar
racionalmente que eram certos e dignos de confiança. Para isso,
submete todos os conhecimentos existentes em sua época e os seus
próprios a um exame crítico conhecido como dúvida metódica,
declarando que só aceitará um conhecimento, uma ideia, um fato ou
uma opinião se, passados pelo crivo da dúvida, revelarem-se
indubitáveis para o pensamento puro.” (CUAI, pag. 115)
Da Meditação Primeira;
“Das coisas que se podem colocar em dúvida”
[...] “Há já algum tempo eu me
apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas
opiniões como verdadeiras; e de que aquilo que depois eu fundei em
princípios tão mal assegurados, não podia ser senão mui duvidoso
e incerto; de modo que me era necessário tentar seriamente, uma vez
em minha vida, "'desfazer-me de todas as opiniões a que até
então dera crédito, e começar tudo novamente desde os fundamentos,
se quisesse estabelecer algo de firme e de constante nas ciências”
Nesse momento coloca em duvida a
respeito dos ensinamentos que receberá em sua vida, levando a
questionar os ser verdadeiros valores.
Da Meditação Segunda;
“Da Natureza do Espírito Humano; e de como
ele é mais fácil de conhecer do que o corpo”.
Na
Segunda Meditação Descartes fala sobre a certeza da própria
existência, a certeza que prevalece sobre qualquer dúvida:
Convenci-me de que não existe
Nanda no mundo, nem céu nem terra, nem mente nem corpo. Isto implica
que também eu não exista? Não: se existe algo de que eu esteja
realmente convencido é de minha própria existência. Mas existe um
enganador de poder e astúcia supremos, que está deliberada e
constantemente me confundindo. Neste caso, e mesmo que o enganador me
confunda, sem dúvida eu também devo existir… a proposição "eu
sou", "eu existo", deve ser necessariamente verdadeira
para que eu possa expressá-la, ou para que algo confunda minha
mente.
(DESCARTES, pag.136).
Da Meditação Terceira;
“ De Deus; que ele existe”.
[...]”A Meditação que fiz ontem encheu-me o
espírito de tantas dúvidas, que doravante não está mais em meu
alcance esquece-Ias. E, no entanto, não vejo de que maneira poderia
resolvê-las; e, como se de súbito tivesse caído em águas muito
profundas, estou de tal modo surpreso que não posso nem firmar meus
pés no fundo, nem nadar para me manter à tona”.(DESCARTES, pag
124)
[...] Fecharei agora os olhos,
tamparei meus ouvidos, desviar-me-ei de todos os meus sentidos,
pagarei mesmo meu pensamento todas as imagens de coisas corporais, ou
ao menos, uma vez mal se pode fazê-lo reputá-las-ei como vãs e
como falsas; e assim, entretendo-me apenas comigo mesmo e
considerando meu interior, empreenderei torna-me pouco á pouco a mim
mesmo. (DESCARTES, pag.136).
Através da duvida e do processo meditativo vai
construindo o que veio a da Meditação Terceira, onde através do
cogito vai construindo as provas da existência de Deus.
[...] “Haverá algo por mais claro e mais
manifesto do que pensar que há um Deus, isto, é um ser soberano e
perfeito, em cuja ideia, e somente nela, a existência necessária ou
eterna está incluída, por conseguinte, que existe?” (DESCARTES
pg, 177).
Esse pensamento sobre a existência de Deus,
construído através da razão e pelo processo da duvida, leva
consequentemente a prova da existência de Deus fazendo comparações
das coisas visíveis da natureza como a Geometria, os números, e o
próprio ser. Reconhece como ser imperfeito e que a perfeição
através de seu “cogito” é propriedade de Deus
BIBLIOGRAFIAS:
DESCARTES, Renê, Obra
Escolhida, tradução de GUINSBURG e PRADO Bento Junior, 3ª Ed,
1994, Edit. Bertrand Br, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.
CHAUI, Marilena, Convite à
Filosofia, Ed. Ática, SP, 2000
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