segunda-feira, 29 de dezembro de 2014


PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Para Descartes a questão da duvida persegue seus pensamentos na busca da verdade sobre Deus e todas as coisas que o cercavam assim ele pensa em Meditações da Alma em busca dessas verdades que o atormentam.
O seus pensamentos difere dos filósofos Medievais no sentido que busca na razão as explicações da existência de Deus. Troca o conceito do teocêntrismo onde estabelecia as regras do pensar dos padres medievais, essa teoria defendia que o Deus é o centro do Universo tudo foi criado por ele e nada pode ser maior que ele a duvida passa à ser objeto de suas Meditações.
Para começar sua busca, abandona-se em meditações, em Meditação Terceira; De Deus; que ele Existe define que sua busca deveria iniciar se em abandono total do seu ser;
[...] Fecharei agora os olhos, tamparei meus ouvidos, desviar-me-ei de todos os meus sentidos, pagarei mesmo meu pensamento todas as imagens de coisas corporais, ou ao menos, uma vez mal se pode fazê-lo reputá-las-ei como vãs e como falsas; e assim, entretendo-me apenas comigo mesmo e considerando meu interior, empreenderei torna-me pouco á pouco a mim mesmo. (DESCARTES, pag.136).

Na busca pela existência de Deus compara os atributos de Deus à sua natureza pois para ele se pensamento é determinado por ele.
[...] “Pois, estando habituado em todas as outras coisas a fazer distinção entre a existência e a essência persuado-me facilmente de que a existência pode ser separada da essência de Deus e de que, assim, é possível conceber Deus como não existindo atualmente. Porém quando penso nisso com maior atenção, verifico claramente que a existência de não pode ser separada da essência de Deus”.
Através da duvida e do processo meditativo vai construindo o que veio a de Meditação Terceira, onde através do cogito vai construindo as provas da existência de Deus.
[...] “Haverá algo por mais claro e mais manifesto do que pensar que há um Deus, isto, é um ser soberano e perfeito, em cuja ideia, e somente nela, a existência necessária ou eterna está incluída, por conseguinte, que existe?” (DESCARTES pg, 177).
Esse pensamento sobre a existência de Deus, construído através da razão e pelo processo da duvida, leva consequentemente a prova da existência de Deus fazendo comparações das coisas visíveis da natureza como a Geometria, os números, e o próprio ser. Reconhece como ser imperfeito e que a perfeição através de seu “cogito” é propriedade de Deus.

Penso que o que leva os filósofos modernos a elaborarem provas da existência de Deus, dá se a priori pela necessidade de romper com os laços da Teologia Medieval onde tinha como propósito as decisões determinadas por Deus. Na Modernidade o homem passa a ser o centro do universo e dele deveria partir os desígnios do Universo.
Descartes vive numa época conturbada onde guerras religiosas dominavam o cenário de sua vida, viaje pelo mundo, mantém contato com sociedades de crença diferentes e via a necessidade de romper com os ditames religiosos impostos pela era Medieval.
Para Descartes a razão de sua existência se dá pela condição do pensar conhecido pelo cogito cartesiano [...] “Penso (cogito), logo existo”. De fato, quando penso, sei que estou pensando e não é preciso provar ou demonstrar isso, mesmo porque provar e demonstrar é pensar e para demonstrar e provar é preciso, primeiro, pensar e saber que se pensa. Quando digo: “Penso, logo existo”, estou simplesmente afirmando racionalmente que sei que sou um ser pensante ou que existo pensando, sem necessidade de provas e demonstrações. “A intuição capta, num único ato intelectual, a verdade do pensamento pensando em si mesmo” (CHAUI pag.79).
[...] "Cogito, ergo sum". È o princípio teórico primeiro da filosofia cartesiana, originado da duvida radical: "Do próprio fato de duvidar das outras coisas", diz Descartes, "segue-se do modo mais evidente e certo que eu existo", porque "se vê claramente que para pensar e preciso existir". A proposição"Eu sou, eu existo" e uma verdade sem nenhuma mediação; embora seja formulada como um silogismo qualquer, a proposição "penso, logo existo" não é um raciocínio, mas intuição pura, ato intuitivo graças ao qua1 percebo minha existência como ser pensante. “Esta existência e uma res cogitans, sem nenhuma ruptura entre pensamento e ser: a substância pensante e o pensamento em ato, e o pensamento em ato e uma realidade pensante” (REALE, ANTISSERI, pag 292).


Através dos pensamentos de Descartes, entra-se na área da razão considerado o pai do racionalismo defende que a duvida era o primeiro passo para se chegar ao conhecimento verdadeiro.
Descartes é considerado o primeiro pensador da era Moderna sua contribuição até os dias atuais é de grande importância para a humanidade, pois através de seu processo de racionalização através de um método desenvolvido através de uma de suas principais obras Discurso do Método proporciona uma ferramenta muito eficaz não só na maneira de se pensar nos valores Metafísicos, torna se de muita importância para assuntos ligados a filosofia e as ciências naturais.

BIBLIOGRAFIAS:

DESCARTES, Rene, Obra escolhidaDescartes, 3ª Ed. Editora Bertland, 1994, SP.

CHAUI, Marilena, Convite a Filosofia, Ed. Ática, SP, 2000.

REALE, Giovanni, ANTISERI, História da Filosofia do Humanismo a Descartes, Ed. Paulus, 2ª Edição, 2005.

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