PROVAS
DA EXISTÊNCIA DE DEUS
Para Descartes a questão da duvida persegue seus pensamentos na
busca da verdade sobre Deus e todas as coisas que o cercavam assim
ele pensa em Meditações da Alma em busca dessas verdades que o
atormentam.
O seus pensamentos difere dos filósofos Medievais no sentido que
busca na razão as explicações da existência de Deus. Troca o
conceito do teocêntrismo onde estabelecia as regras do pensar dos
padres medievais, essa teoria defendia que o Deus é o centro do
Universo tudo foi criado por ele e nada pode ser maior que ele a
duvida passa à ser objeto de suas Meditações.
Para começar sua busca, abandona-se em meditações, em Meditação
Terceira; De Deus; que ele Existe define que sua busca deveria
iniciar se em abandono total do seu ser;
[...] Fecharei agora os olhos, tamparei meus ouvidos,
desviar-me-ei de todos os meus sentidos, pagarei mesmo meu pensamento
todas as imagens de coisas corporais, ou ao menos, uma vez mal se
pode fazê-lo reputá-las-ei como vãs e como falsas; e assim,
entretendo-me apenas comigo mesmo e considerando meu interior,
empreenderei torna-me pouco á pouco a mim mesmo. (DESCARTES,
pag.136).
Na busca pela existência de Deus compara os atributos de Deus à sua
natureza pois para ele se pensamento é determinado por ele.
[...] “Pois, estando habituado em todas as outras coisas a fazer
distinção entre a existência e a essência persuado-me facilmente
de que a existência pode ser separada da essência de Deus e de que,
assim, é possível conceber Deus como não existindo atualmente.
Porém quando penso nisso com maior atenção, verifico claramente
que a existência de não pode ser separada da essência de Deus”.
Através da duvida e do processo meditativo vai construindo o que
veio a de Meditação Terceira, onde através do cogito vai
construindo as provas da existência de Deus.
[...] “Haverá algo por mais claro e mais manifesto do
que pensar que há um Deus, isto, é um ser soberano e perfeito, em
cuja ideia, e somente nela, a existência necessária ou eterna está
incluída, por conseguinte, que existe?” (DESCARTES pg, 177).
Esse pensamento sobre a existência de Deus, construído
através da razão e pelo processo da duvida, leva consequentemente a
prova da existência de Deus fazendo comparações das coisas
visíveis da natureza como a Geometria, os números, e o próprio
ser. Reconhece como ser imperfeito e que a perfeição através de
seu “cogito” é propriedade de Deus.
Penso que o que leva os filósofos modernos a elaborarem provas da
existência de Deus, dá se a priori pela necessidade de romper com
os laços da Teologia Medieval onde tinha como propósito as decisões
determinadas por Deus. Na Modernidade o homem passa a ser o centro do
universo e dele deveria partir os desígnios do Universo.
Descartes vive numa época conturbada onde guerras religiosas
dominavam o cenário de sua vida, viaje pelo mundo, mantém contato
com sociedades de crença diferentes e via a necessidade de romper
com os ditames religiosos impostos pela era Medieval.
Para Descartes a razão de sua existência se dá pela condição do
pensar conhecido pelo cogito cartesiano [...] “Penso (cogito), logo
existo”. De fato, quando penso, sei que estou pensando e não é
preciso provar ou demonstrar isso, mesmo porque provar e demonstrar é
pensar e para demonstrar e provar é preciso, primeiro, pensar e
saber que se pensa. Quando digo: “Penso, logo existo”, estou
simplesmente afirmando racionalmente que sei que sou um ser pensante
ou que existo pensando, sem necessidade de provas e demonstrações.
“A intuição capta, num único ato intelectual, a verdade do
pensamento pensando em si mesmo” (CHAUI pag.79).
[...] "Cogito, ergo sum". È o princípio teórico primeiro
da filosofia cartesiana, originado da duvida radical: "Do
próprio fato de duvidar das outras coisas", diz Descartes,
"segue-se do modo mais evidente e certo que eu existo",
porque "se vê claramente que para pensar e preciso existir".
A proposição"Eu sou, eu existo" e uma verdade sem nenhuma
mediação; embora seja formulada como um silogismo qualquer, a
proposição "penso, logo existo" não é um raciocínio,
mas intuição pura, ato intuitivo graças ao qua1 percebo minha
existência como ser pensante. “Esta existência e uma res
cogitans, sem nenhuma ruptura entre pensamento e ser: a substância
pensante e o pensamento em ato, e o pensamento em ato e uma realidade
pensante” (REALE, ANTISSERI, pag 292).
Através dos
pensamentos de Descartes, entra-se na área da razão considerado o
pai do racionalismo defende que a duvida era o primeiro passo para se
chegar ao conhecimento verdadeiro.
Descartes é
considerado o primeiro pensador da era Moderna sua contribuição até
os dias atuais é de grande importância para a humanidade, pois
através de seu processo de racionalização através de um método
desenvolvido através de uma de suas principais obras Discurso do
Método proporciona uma ferramenta muito eficaz não só na
maneira de se pensar nos valores Metafísicos, torna se de muita
importância para assuntos ligados a filosofia e as ciências
naturais.
BIBLIOGRAFIAS:
DESCARTES, Rene, Obra escolhidaDescartes, 3ª Ed.
Editora Bertland, 1994, SP.
CHAUI, Marilena, Convite a Filosofia, Ed. Ática,
SP, 2000.
REALE, Giovanni, ANTISERI, História da Filosofia
do Humanismo a Descartes, Ed. Paulus, 2ª Edição, 2005.
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